Eu morri e
se esqueceram de me enterrar!
Sou chão
seco que qualquer um pode pisar
Nada
acontece e não necessito de uma prece
Fitei a
loucura e me corrompi na noite escura.
Abro os
braços quando encontro a tormenta
Abraço com força a solidão que me alimenta
Nunca mais
olharei dentro dos olhos do amor
Avanço só, arrastando o fardo do vulto da dor!
Estou
percorrendo as ruas do deserto eterno
Cada esquina
vai de encontro ao meu inferno
Sei que este
sentimento perverso não tem fim
Fujo de tudo
que um dia se esqueceu de mim
Eu não posso
ficar no mesmo cenário de antes
Eu só
imaginei e esta imaginação ficou gigante...
Almejei um
vislumbre e ele jamais me apareceu...
Achei que
estava entre loucos e a louca sou eu!
Abro o peito
e jogo para fora tudo o que havia
Faço a noite
ser uma eternidade e dizimo o dia
A solidão
sussurra algo que não tem serventia
Declama
baixinho que ela é a minha alma vazia
Não ouço
nada além dos meus passos incertos
Sou um
paraíso que padeceu e agora é deserto
Eu calculei
que um dia alguém poderia me amar
Isto é uma
quimera que eu nunca irei encontrar
Eu me entranhei
no absurdo que eu fabricava
Busquei o
que a minha fantasia tanto desejava
Quis tanto o
que não existia que eu me esqueci
Acordei de
mãos vazias e compreendi que morri...
A minha fronte
é triste; um desenho trincado!
Os olhos
opacos choraram e ficaram cansados
Reclamo por
dentro, e lá fora ninguém vai saber...
Que eu me
cansei de morrer por causa de você!
Janete Sales Dany
O trabalho Abraço com força a solidão que me alimenta de Janete Sales Dany está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
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